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quarta-feira, 1 de março de 2017

Homenagem a Tonho de Virgilina.

O cordel que mais me deu trabalho para escrever, pois relembrar esse sujeito alegre e bonachão ainda é muito doído.
Tonho de Virgilina, sempre sorrindo

O Voo da Andorinha

Olá meu povo, e aí tudo bem?
Coisa boa é contar histórias,
Falar de coisas antigas e novas
Coisas que guardamos na memória.
Falar de pessoas boas é melhor,
É um luxo, um bem, uma glória.

Acho que vocês concordam,
A vida é mesmo coisa divina.
E eu bem sei que tem gente
Com quem a morte não combina.
Uma dessas pessoas com certeza
Era o nosso Tonho de Virgilina.

Todos nós um dia vamos morrer,
Do ser humano essa é a sina.
Ninguém fica pra semente,
É isso que a vida nos ensina,
Mas a morte tinha justamente,
Que levar Tonho de Virgilina?

Esse foi um grande desaforo,
Me ache doido quem quiser,
Uma maldade dessa não se faz,
Com um sujeito de tão boa fé,
Ainda mais com Tonho sambador
Grande homem aqui de São José.

Quando juntava com seus amigos
A todos trazia muita alegria,
Cantando seus sambas e modas,
Fosse de noite ou fosse de dia.
Vivia sempre rindo, sempre feliz
Era desse jeito todo dia.

Ainda não vi ninguém dizer
Que viu Tonho de cara fechada,
Ou que estivesse ocupado demais
Pra atender a um camarada.
Tristeza e raiva não eram com ele,
O seu negócio era dar risada.
  
Qualquer um que passasse por ele
Por certo o encontraria sorrindo,
Era um senhor de meia idade,
Com um coração de menino.
Um menino que nos disse adeus
Esse foi um triste destino.

Uma música que ele sempre cantava
Falava de uma ave pequenininha
Que partia em busca de amor
Mas que voltava ferida e sozinha
E dessa vez ele partiu pra longe
Deixando aqui muitas andorinhas.

Sambador, tocador, cantor e amigo,
Que numa tarde daqui partiu,
Fazendo nosso coração rachar,
Deixando o mundo mais frio,
Deixando emudecer um samba,
Deixando o tamborete vazio.

Vamos sempre guardar na memória,
Suas brincadeiras e sua energia,
Suas piadas, causos e histórias,
Sua simpatia e sua grande alegria.
Para que jamais desapareça seu riso
E sua historia não fique vazia.

Mesmo sem a sua presença
Sem ocupar aqui seu lugar,
Tonho jamais será esquecido,
Dele nós sempre vamos lembrar.
Ainda que sua voz esteja muda,
Nós continuamos a cantar.

A andorinha voou a última vez,
E como vivente cumpriu sua sina.
Mas para gente boa como ele
A história nunca termina,
Quanta saudade ainda faz:
Nosso Tonho de Virgilina.


Pablo Rios

Juventude jacuipense realiza sarau

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, multidão e atividades ao ar livre
Comunidade prestigiando o 1º Sarau na Rua
O Coletivo Juvenil de São José do Jacuípe (CJSJJ) realizou o 1º Sarau na Rua, em praça pública no dia 28 de fevereiro. Centenas de pessoas da comunidade prestigiaram a programação realizada no calçadão da Praça da Matriz em São José do Jacuípe. A programação foi aberta com uma roda de capoeira do grupo local, Olho Vivo, tendo a participação especial do Mestre Pesqueiro. Em seguida, o cordel Cultura Esquecida foi apresentado pelos membros do Coletivo. Houveram ainda apresentações musicais de artistas locais, uma delas foi um coral formado por cantores de diversas denominações religiosas, que interpretaram uma versão da música Halellujah, do compositor norte americano Leonard Cohen. O poeta Pablo Rios fez uma releitura da musica Cálice em forma de poesia e homenageou o saudoso Tonho de Virgilina com um cordel. Objetos antigos estavam expostos no local para apreciação do público, que prestigiou o evento até o fim com muita emoção e animação.
O 1º Sarau na Rua teve como tema: Resgatando nossas raízes, mostrando que São José do Jacuípe tem cultura, e que ela não pode ser deixada de lado. O CJSJJ teve apoio financeiro e logístico da Secretaria Municial de Educação e da Diretoria Municipal de Cultura, e de Gessé Almeida e Rádio Jacuípe FM na comunicação.

A imagem pode conter: 20 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé
CJSJJ encerrando a alvorada
Alvorada
O sarau foi à noite, mas, a festa começou de madrugada, às 04:30 da manhã. Os membros do CJSJJ fizeram uma alvorada e saíram em desfile pelas ruas da cidade cantando marchinhas de carnaval e músicas folclóricas da cidade. Todos estavam fantasiados de pessoas ilustres vivas e falecidas da cidade, fazendo assim justas homenagens aos heróis locais. O desfile terminou na Praça da Matriz com uma apresentação da FANFÊNIX, do Distrito de Itatiaia, que puxou o desfile com sei ritmo marcial.

Sobre o Coletivo
O CJSJJ é um grupo independente de partidos políticos ou instituições, que visa resgatar a cultura local por meio de participação social e projetos culturais, tendo como público alvo os juvenis, adolescentes e jovens. É liderado por jovens locais e tem apoio de adultos engajados na cultura e participação social. O CJSJJ tem trabalhado em parceria com a Diretoria Municipal de Cultura e busca envolver e colaborar com qualquer instituição que deseje abraçar a causa cultural.

Foto: CJSJJ
Texto: Pablo Rios