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domingo, 11 de janeiro de 2015

Ufa! Uma semana a menos

Ufa! Uma semana a menos.

Dois anos se passaram. Pela frente temos ainda um ano e cinquenta e uma semanas de governo da Turma do Compromisso. Estava em casa no último dia 31 quando o vereador Quinho deu uma entrevista na rádio Jacuípe FM, na qual avaliava a situação política do município e até se emocionou no momento em que desejava um bom futuro para nossa cidade. Me senti tocado no momento em que o microfone silenciou, mas o que mais me chamou a atenção foi uma frase dita pelo vereador, a qual pode ser laureada como uma das maiores pérolas políticas jacuipenses: "Gostaria de pedir à prefeita, que tome posse nesse dia 1º de janeiro".
Sábias palavras desse sábio homem.
Pinçada para a vida pública pelo seu padrinho político, Verinha caiu de pára-quedas na cadeira executiva, sem noção alguma de como administrar um município. É aí que mora o perigo: uma cabeça governada por mãos e pés. Sua equipe oficial e extra oficial tomou as rédeas da situação e ela passou apenas a ser a "chairwoman", a que segura a caneta sem dar a palavra final. Rodeada de sentinelas que vigiavam suas conversas através da famosa janelinha do gabinete, a prefeita tornou-se praticamente uma Czar, intocável, chegando ao cúmulo de a prefeitura funcionar à portas trancadas durante meses e em outros ninguém ver a cara dela por semanas na sede do município. Ouve um tempo que era preciso autorização para subir as escadarias do paço municipal. Com uma saúde frágil e sucessivas internações, a prefeita tem sofrido pressões para entregar o cargo, tanto por sua incapacidade de mantê-lo, quanto por seu desejo, como dizem pessoas próximas a ela, porém, aqueles que detêm suas cordas de manipulação não o permitem. Preocupam-se com ela? Nem em sonho.
Com obras herdadas da gestão anterior, o pouco que a atual fez muitas vezes necessitou de intervenção judicial ou de manifestações das classes. Como exemplo disso, o pagamento do piso dos Professores, a construção do muro do cemitério, que foi praticamente um parto e a concessão na marra de transporte para os portadores de necessidades especiais fazerem suas consultas em Salvador. Coisas simples, que não precisavam de intervenção alguma, pois estão dentro das tarefas inerentes a qualquer gestor. Falhas justificadas em débitos da gestão 2009-2012. Fato. O município está inadimplente sim, com certeza não há como isentar totalmente a administração passada, mas a situação atual se agrava com as tantas irregularidades em diversos setores: desvio de verbas do FUNDEB, parcelamento feito e não pago da Caixa de Previdência, inchaço de folha de pagamento entre outras, das quais podemos destacar os festejos juninos de 2013, com sua verba de alimentação mega superfaturada. Não nego as pendências que a gestão anterior deixou por herança à turma do compromisso, mas culpar somente os pés alheios pela lama em que escorrega é um tanto tolo, já que as pernas bambas da prefeitura podem ser vistas tremendo a olho nu.
A contratação de pessoal não capacitado para gerir setores importantes é mais um ralo escancarado, pois ao legar responsabilidades a mãos ineficazes, gera-se uma despesa absurda com empresas de assessoria, sanguessugas do orçamento público. Sem falar na dança de cadeiras nos secretariados, em cujos intervalos deixou setores cruciais como saúde e educação sem norte algum. Alguns setores fizeram seu dever de casa, como os projetos desenvolvidos pela Secretaria de Assistência Social e Secretaria de Saúde, mas o resto, é caos e dívidas. Dívidas em postos de gasolina, dívidas em restaurantes, dívidas de salários de contratados e dívida do 13º e dezembro de 2012, que até hoje tentam colocar na conta da pessoa física Almeida. Já está chato repisar o assunto, mas parece que algumas cabeças precisam ser marteladas que essas contas são da alçada da prefeitura e não de prefeito A ou V.
De resto, o que vemos são  natais sem luzes e ruas cheias de mato, fato para o qual soltaram a desculpa esfarrapada de não haver dinheiro para uma simples capina. Grupo rachado já no comecinho da gestão. Edil assumindo sua verdadeira linha de frente e uma bancada inteira "se separando" de um grupo que se elegeu e logo traiu o compromisso que fez com o povo. Uma gestão que sabiamente foi nomeada como "a gestão da preguiça e da mentira" (Quinho) e que é "uma gestão que não serve nem para se defender" (Zé de Tote). Diante de tudo isso, podemos crer realmente que ela ainda não tomou posse, se ainda vai tomar no que lhe sobra de mandato, é uma dúvida com a qual teremos de conviver. Mas com essa retrospectiva e sem esperança de uma perspectiva melhor, o que resta ao povo é se sentir grato e aliviado cada vez que uma semana chegar ao fim. Terá sido uma semana a menos dessa falta de compromisso.

Pablo Rios

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