Páginas

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Sobre os eternos candidatos e seus lugares na história


Ano passado ocorreram as eleições presidenciais, estaduais e para as câmaras de deputados e senado. Estamos a menos de um ano das campanhas municipais, e estas, por meio de um envolvimento pessoal maior dos eleitores, é a mais famigerada. Já estamos em época de começarem a surgir os pré-candidatos a prefeito e a vereadores e é justamente nesse período que intelectuais e os que pensam que o são começam a refletir sobre mudança no cenário político da cidade. Infelizmente, existem os rinocerontes que ao clamarem por mudança, fazem significar somente a troca de quem está no poder, pois ao sugerirem nomes para a prefeitura, simplesmente apresentam "um museu de grandes novidades" ao evocar os velhos caciques bananeira.
Embora eu tenha grande antipatia pelos EUA e sua cultura imperialista, em uma coisa eu tiro o chapéu para eles: a alternância verdadeiramente democrática de poder. Ao menos em níveis presidenciais, um candidato derrotado nas urnas não pode mais tentar ser presidente. Injusto até aí. O bom mesmo disso é que o governante que teve seus dois mandatos por meio da reeleição, também não pode mais tentar aquele cargo. Um sonho isso. Aqui no Brasil, as eleições são uma reprise, uma vez que sempre temos as velhas e surradas figuras de candidatando à presidência e aos governos, prova disso é o Estado de São Paulo estar agora no quarto governo de Gerlado Alckmin, e não duvidem que ele tente nova eleição em 2022. A perspectiva de Jacques Wagner estrelar as campanhas ao governo da Bahia em 2018 não é palpável, mas considerável, sem falar na venenosa dinastia Sarney, que há décadas assola o Maranhão. Lula já se declarou candidato a presidente em 2018, vencendo provavelmente também o seria em 2022,se a reeleição não tivesse acabado. Algumas pessoas sorriem diante disso, pobres insensatos.
Mas os americanos fazem isso somente na esfera federal, porém, seria muito bom que em nosso país, essa regra fosse adotada do DF aos municípios. Inclusive no nosso município. Vejam bem, não estou dizendo que partidos ou grupos devem ser limitados aos cargos executivos, mas pessoas devem, caso contrário, cidades, estados e até o nosso país correm risco de se tornarem uma Rússia, onde o presidente Vladimir Putin cumpriu dois mandatos de quatro anos, colocou um laranja que o nomeou primeiro ministro, cargo que não existia e que deixou de existir assim que Putin se elegeu para o terceiro mandato e provavelmente se elegerá para um quarto, ficando assim no poder por vinte anos. Se uma regra que limitasse a dois mandatos possíveis para prefeitos fosse colocada em prática no Brasil, muita coisa iria mudar, uma vez que novas lideranças teriam de surgir, fazendo a fila da democracia andar. Como citei no começo deste ensaio, alguns pensadores políticos jacuipenses sempre trazem à baila os nomes de Tino e Daniel como possíveis candidatos a um terceiro mandato como prefeitos e acham que isto seria bom para o município.
Quando alguém exerce determinado poder por um longo período, tende a se acomodar e o que no começo eram flores se tornam em espinhos. Daniel e Tino tiveram seus dois mandatos e uma derrota cada um. Não sou infantil ao ponto de dizer que não fizeram nada, como dizem muitos cabeças de camarão. Sim, fizeram, tiveram seus bons momentos como gestores com suas obras e convênios, mas, seus segundos mandatos foram catastróficos, e não duvidem, um terceiro seria devastador. O lugar deles hoje é na história, em cima do palanque com discursos de apoio e não à frente das chapas.
Mas o que faz com que políticos e candidatos a vereador procurem se unir sob a sombra de um grande mentor ao qual julgam serem cheios de prestígio? Justamente a falta de nomes novos com verdadeiro gabarito político e administrativo. Então, os velhos monumentos são erigidos candidatos não por serem o melhor para o povo, mas por se constituírem verdadeiros imãs de votos, garantindo assim a perpetuação de um grupo no poder. O povo que fique à parte. No final, apela-se aos semideuses da política pelo seu prestígio ou pelo seu dinheiro? Pois esta é a força motriz da política jacuipense: grana, poder, favores, empregos e cabos eleitorais teúdos e manteúdos sem dar um prego numa barra de sabão.
A repetição dos velhos e empoeirados nomes se dá pelo motivo de que alguns "pensadores" de porta de bar e meio de rua gritarem a plenos pulmões que eles são os melhores. Mas se tivessem realmente sido tão bons assim, não estaríamos atualmente beirando a linha vermelha da pobreza municipal. Se eles tivessem feito realmente o necessário em suas chances à frente do Executivo,  teríamos empregos, desenvolvimento e uma cidade organizada e estruturada, e não um monte de coitados iludidos que esperam a sorte mudar a cada quatro anos, para mendigar um emprego onde dividirão um salário minimo como pagamento mau feito de uma promessa de campanha. Quem bate no peito para pedir a volta desses nomes, não se importa com o bem da cidade, mas simplesmente com a sua possibilidade de subir ao poder e receber uma teta para mamar durante quatro anos.
Sim, estes homens tiveram seus momentos de glória e suas administrações devem ser ser lembradas, mas não repetidas. Limite-se as candidaturas e essa dança de cadeiras terminará. Com certeza meus senhores e minhas senhoras "otoridades" no assunto devem estar rindo de minha cara por toda essa utopia, mas se a carapuça lhes serviu, prefiro que rilhem os dentes de raiva, pois o assunto é sério.

Nenhum comentário: