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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Poetapoeta: com Crispim Quirino


A primeira e única vez em que vi Crispim Quirino foi nos antros poéticos e mágicos do Projeto Fala Escritor em 2013. O vi declamar um poema e falar de sua obra. Porém o que mais me chamou atenção foi seu sonho - altamente possível de realizar - de criar a Academia Brasileira dos Comuns, um projeto ousado.
Foi graças ao Dicionário de Escritores Baianos que pude contactá-lo e fazer o convite para esta entrevista. Lisonjeado ante sua aceitação, convido-vos a conhecer o poeta de Maragogipe.


Pablo Rios - Você escreve ou escreve-se?
Crispim Quirino - Os dois. Não há escritor ausente de seu eu e de sua participação social. Ao mesmo tempo em que o escritor escreve algo sobre as coisas que ele percebe, ele também escreve-se a si mesmo. É a dialética da repetição: sujeito x sociedade x comunidade = ele mesmo (Literatura). 


PR - Qual o melhor estado de espírito para escrever?
CQ - O da paz e o da intranquilidade. É o que move o escritor. Um não existe sem o outro. Depende de qual momento o escritor esteja passando para agir sobre a paz ou a intranquilidade, respectivamente. Não deixando de escreve, também, sobre o estado de inspiração, este que está no centro entre a paz e a intranquilidade. É o que se entende de ação do saber fazer e perceber enquanto sujeito de “espírito”. 


PR - Uma vontade ainda por realizar:
CQ - Ser amado por uma mulher e com isso escrever tudo sobre ela e sobre o amor – da maneira que o escritor possa entender, sinceramente.



PR - O que há em volta de você?
CQ - Livros, luzes, pessoas, amores e futuro. – Sonhos. 


PR - Saudades especiais:
CQ - Do tempo de quando eu era menino e não sabia carregar o peso das coisas que a vida cotidiana nos impõe.  


PR - Um medo profundo:
CQ - Não que eu tenha medo da morte, mas não gostaria que essa me levasse antes mesmo de terminar os meus projetos literários, todos eles. Outra coisa, é não ser lido e nem entendido pelos leitores. 


PR - A solidão é uma amiga?
CQ - Não dou espaço para isso. Procuro preenchê-la com outras solidões palpáveis como os livros, os amigos, as farras, as reflexões  e a vida. É isso a minha energia cotidiana. Mas saber-se isolado, por si mesmo, é algo que faz parte do artista no processo de crescimento e criação. 


PR - Sobre o futuro:
CQ - Espero tudo de bom e honesto pelas coisas que fiz e as que deixei por fazer.



PR - Um lugar para onde fugir:
CQ - Universo. E assim achar-me e perder-me infinitamente...


PR - Crispim Quirino por Crispim Quirino:
CQ - Nada a mais do que ele mesmo: um escritor apenas.




CRISPIM QUIRINO – Escritor, poeta, ator, professor, ativista cultural e bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Nascido na Patriótica Cidade de Maragogipe, interior do Recôncavo da Bahia, em 20 de novembro de 1984, junto a seu irmão, filho de Rosângela dos Santos e Carlos Dias Quirino, Crispim Santos Quirino, “Quirino” (como gosta de ser chamado e assim é conhecido), escreve desde os treze. Está para publicar o seu livro de poesia Imagens ao vento onde reúne cinco livros em um só, como proposta estética e literária. O autor tem inúmeras participações: pela EDC Publicações junto a Fundação Luiz Ademir de Cultura; escreveu na coluna do Jornal “O Guarany” da Cidade da Cachoeira e na “Tribuna Popular” de Maragogipe; ganhou o concurso Ibero Americano junto a EDC Publicações no campo de poesia; foi professor de literatura nos cursos pré-vestibular “Raízes Negras do Recôncavo” em Cachoeira/São Félix e “Acidadã”; foi membro do Grupo Ambientalista e Teatral Guigui em sua cidade natal; fez parte inconteste do Caruru dos 7 Poetas (2009) em Cachoeira; tem marcado presença no concurso de poesia “Os 13+” (2010) por sua cidade. Quirino foi um dos ganhadores do concurso de poesia da Maçonaria em Cachoeira (2011); em 2012 foi agraciado com a participação, via concurso internacional, no “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus” onde homenageia o escritor baiano Jorge Amado em antologia publicada na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo e foi secretário de cultura pela “Fundação Verde e Arte” de São Félix. Publicou recentemente o belo e complexo romance O Mistério de Eduardo (2012) pela EGBA –Empresa Gráfica da Bahia, no qual foi bastante parabenizado pela Rainha da Inglaterra em “carta” anexada ao seu livro de poesia. Participou da Antologia poética “O diferencial da favela – Poesias quebradas de quebrada” (2014), promovido pela Fundação Gregório de Matos e Prefeitura Municipal de Salvador em parceria com o grupo Sarau da Onça. Publicou o seu segundo romance, Petróleo, navio e gás (EGBA-2015), de cunho regionalista (ao contrário do primeiro que tem uma abordagem mais clássica e pós-machadiana, de cunho sobre as ideias e as coisas do Universo: esse influenciando o comportamento terreno e não o contrário, pelas ideias, como sugeriu Machado de Assis). Mais do que uma simples pessoa comum, o poeta, ator, professor e escritor é Bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB. Influenciado por escritores como Carlos Drummond de Andrade a Nietzsche, Crispim Quirino é um amante das letras sem qualquer constrangimento.

Um comentário:

Carlinha Galvao disse...

quirino84@yahoo.com


Esse é o novo e-mail do poeta e escritor Crispim Quirino
Zap: 71-99315-5166