A primeira e única vez em que vi Crispim Quirino foi nos antros poéticos e mágicos do Projeto Fala Escritor em 2013. O vi declamar um poema e falar de sua obra. Porém o que mais me chamou atenção foi seu sonho - altamente possível de realizar - de criar a Academia Brasileira dos Comuns, um projeto ousado.
Foi graças ao Dicionário de Escritores Baianos que pude contactá-lo e fazer o convite para esta entrevista. Lisonjeado ante sua aceitação, convido-vos a conhecer o poeta de Maragogipe.
Pablo Rios - Você escreve ou escreve-se?
Crispim Quirino - Os dois. Não há escritor ausente de seu eu e de sua
participação social. Ao mesmo tempo em que o escritor escreve algo sobre as
coisas que ele percebe, ele também escreve-se a si mesmo. É a dialética da
repetição: sujeito x sociedade x comunidade = ele mesmo (Literatura).
PR - Qual o melhor estado de espírito para escrever?
CQ - O da paz e o da intranquilidade. É o que move o escritor. Um
não existe sem o outro. Depende de qual momento o escritor esteja passando para
agir sobre a paz ou a intranquilidade, respectivamente. Não deixando de
escreve, também, sobre o estado de inspiração, este que está no centro entre a
paz e a intranquilidade. É o que se entende de ação do saber fazer e perceber
enquanto sujeito de “espírito”.
PR - Uma vontade ainda por realizar:
CQ - Ser amado por uma mulher e com isso escrever tudo sobre ela
e sobre o amor – da maneira que o escritor possa entender, sinceramente.
PR - O que há em volta de você?
CQ - Livros, luzes, pessoas, amores e futuro. – Sonhos.
PR - Saudades especiais:
CQ - Do tempo de quando eu era menino e não sabia carregar o peso
das coisas que a vida cotidiana nos impõe.
PR - Um medo profundo:
CQ - Não que eu tenha medo da morte, mas não gostaria que essa me
levasse antes mesmo de terminar os meus projetos literários, todos eles. Outra
coisa, é não ser lido e nem entendido pelos leitores.
PR - A solidão é uma amiga?
CQ - Não dou espaço para isso. Procuro preenchê-la com outras
solidões palpáveis como os livros, os amigos, as farras, as reflexões e a vida. É isso a minha energia cotidiana.
Mas saber-se isolado, por si mesmo, é algo que faz parte do artista no processo
de crescimento e criação.
PR - Sobre o futuro:
CQ - Espero tudo de bom e honesto pelas coisas que fiz e as que
deixei por fazer.
PR - Um lugar para onde fugir:
CQ - Universo. E assim achar-me e perder-me infinitamente...
CQ - Nada a mais do que ele mesmo: um escritor
apenas.
PR - Crispim Quirino por Crispim Quirino:
CRISPIM
QUIRINO – Escritor, poeta, ator, professor, ativista
cultural e bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia (UFRB).
Nascido na Patriótica Cidade de Maragogipe, interior do Recôncavo da Bahia, em
20 de novembro de 1984, junto a seu irmão, filho de Rosângela dos Santos e
Carlos Dias Quirino, Crispim Santos
Quirino, “Quirino” (como gosta de ser chamado e assim é conhecido), escreve
desde os treze. Está para publicar o seu livro de poesia Imagens ao vento onde reúne cinco livros em um só, como proposta
estética e literária. O autor tem inúmeras participações: pela EDC Publicações
junto a Fundação Luiz Ademir de Cultura; escreveu na coluna do Jornal “O
Guarany” da Cidade da Cachoeira e na “Tribuna Popular” de Maragogipe; ganhou o
concurso Ibero Americano junto a EDC Publicações no campo de poesia; foi professor
de literatura nos cursos pré-vestibular “Raízes Negras do Recôncavo” em
Cachoeira/São Félix e “Acidadã”; foi membro do Grupo Ambientalista e Teatral
Guigui em sua cidade natal; fez parte inconteste do Caruru dos 7 Poetas (2009)
em Cachoeira; tem marcado presença no concurso de poesia “Os 13+” (2010) por
sua cidade. Quirino foi um dos
ganhadores do concurso de poesia da Maçonaria em Cachoeira (2011); em 2012 foi
agraciado com a participação, via concurso internacional, no “Prêmio Literário
Valdeck Almeida de Jesus” onde homenageia o escritor baiano Jorge Amado em
antologia publicada na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo e foi
secretário de cultura pela “Fundação Verde e Arte” de São Félix. Publicou
recentemente o belo e complexo romance O
Mistério de Eduardo (2012) pela EGBA –Empresa Gráfica da Bahia, no qual foi
bastante parabenizado pela Rainha da
Inglaterra em “carta” anexada ao seu livro de poesia. Participou da
Antologia poética “O diferencial da favela – Poesias quebradas de quebrada”
(2014), promovido pela Fundação Gregório de Matos e Prefeitura Municipal de
Salvador em parceria com o grupo Sarau da Onça. Publicou o seu segundo romance, Petróleo, navio e gás (EGBA-2015), de
cunho regionalista (ao contrário do primeiro que tem uma abordagem mais
clássica e pós-machadiana, de cunho sobre as ideias e as coisas do Universo:
esse influenciando o comportamento terreno e não o contrário, pelas ideias,
como sugeriu Machado de Assis). Mais do que uma simples pessoa comum, o poeta,
ator, professor e escritor é Bacharel em Museologia pela Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia – UFRB. Influenciado por escritores como Carlos Drummond
de Andrade a Nietzsche, Crispim Quirino
é um amante das letras sem qualquer constrangimento.
Um comentário:
quirino84@yahoo.com
Esse é o novo e-mail do poeta e escritor Crispim Quirino
Zap: 71-99315-5166
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