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quarta-feira, 9 de março de 2016

Entrevista com James Martins



James Martins é poeta, com perdão da palavra. Atua também como jornalista e, desde 2012, conduz o Pós-lida (recital de poesia e alguma prosa) em Salvador-BA. Figura de uma personalidade única e genialmente poética, deu-nos o ar da graça no Poetapoeta, respondendo nossas perguntas não tão discretas com seu jeito tão peculiar. O sarau que promove em Salvador às quintas-feiras, quinzenalmente, já é uma referência cultural da capital baiana. Tive a oportunidade de comparecer duas vezes e testemunhas quantos poetas ímpares comparecem religiosamente.

Cuscuzeiro - Qual o seu principal motivo de fazer poesia?
James Martins - Não sei. Na verdade não acredito que alguém saiba real e precisamente responder a essa pergunta. Mas, para não ficar muito evasivo, responderei de forma sincera e pouco pretenciosa: eu faço poesia para mudar o mundo.

Cuscuzeiro - O que sente quando escreve sobre a mulher?
James Martins - Depende da mulher.

Cuscuzeiro - Sua definição do amor e do sexo:
James Martins - Viuge! Não me atrevo sequer a tentar tais definições. Deixo essa para o Arnaldo Jabor.

Cuscuzeiro - A melhor forma de viver?
James Martins - Vivendo.

Cuscuzeiro - Um medo seu:
James Martins - A infelicidade plena.

Cuscuzeiro - Como você encara a morte?
James Martins - Não sei direito. Acho que ainda não acredito realmente na existência/possibilidade da minha morte. Não tenho nenhum medo especial dela. Mas às vezes tenho medo. Noutras,um certo desejo também. Tenho ainda o medo de morrer e não deixar uma obra à altura de minha vida, que considero muito rica, intensa, genial mesmo. Mas acho que, se eu cuidar muito da obra, minha vida talvez fique aquém dela própria. De modo que eu sempre escolho viver.

 
Cuscuzeiro - Sua poesia é feita de dentro para fora ou o externo te ajuda a escrever?
James Martins - Não saberia exatamente precisar o que é fora e o que é dentro. ‘Pensamento vem de fora e pensa que vem de dentro’, escreveu Arnaldo Antunes. O que sei é que as minhas experiências pessoais aparecem muito em minha poesia. E eu escrevo com a intenção (cada vez menos crente, embora) de interferir na realidade, no dia-a-dia da vida prática. Contudo, a poesia vem, evidentemente, de dentro de mim.

Cuscuzeiro - Existe um limite entre o poeta e a pessoa James Martins?
 James Martins - Talvez, mas não o conheço.

Cuscuzeiro - Um desejo ainda não realizado?
 James Martins - Comer a Gisele Itié e engravidar dela.

Cuscuzeiro - James Martins por James Martins:


 James Martins - James Martins.

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