"A fogueira está queimando" |
por Bonifácio Guimarães
Nesses últimos
15 dias ouvimos uma série de defesa do São João de São José do Jacuípe nos dias
tradicionais. Nós, filhos da terra, residentes em outros municípios e estados
discutindo veementemente a necessidade de repensar a data da realização do São
João, visto que, devido ao trabalho ficamos impossibilitados de nos fazermos
presente em data antecipada, o que nos deixa ansiosos e descontentes. Todos
sabem, nessa época aproveitamos para visitar a família e rever os amigos. Até
ai nada bem, porém acredito que como eu, eles são conscientes de que à
realização do São João preza-se primeiro pelos moradores, devido a falta de
eventos populares na nossa terra e nós residentes da cidade grande, temos a
nosso favor um leque de atividades culturais que se assim desejarmos, podemos
nos embriagar deles.
O que está
acima evidenciado, não é a causa principal da minha reflexão. O que quero aqui
discutir são os últimos boatos quanto a realização da festa em si, que agora,
vejo a sua realização colocada nas redes sociais em cheque mate e pessoas
amantes do São João jogando ao vento a sua identidade, a sua história
centenária. Não pude deixar de revirar meus arquivos, fui ler no Plano de Governo
da atual gestão no tópico Esporte,
cultura e lazer que haveria durante o mandato um calendário de festas do município. Onde se encontra o calendário
festivo? A principal festa não tem data
para acontecer? Perplexos, não
entendemos de onde saiu o boato ou se de fato não são boatos, mas verdades. A
população merece respeito e explicações. Afinal, haverá São João ou não? Por
que não respondem? A pergunta que não
quer calar precisar ser respondida pela atual gestão e sua resposta perpassa
por transparência na gestão dos recursos.
Atônitos o
povo vê o seu momento anual de alegria sendo descartado. Politicagem à parte
chegou a hora de protestarmos, cada um a seu modo, se realmente não haver São João.
Quem for a rua da usina para a sua tradicional comemoração de São João que
vista preto não só em protesto aos boatos mas em sinônimos de luto, matar a
alegria e a diversão do povo já sofrido é nada mais, nada menos que virar as
costas para a população. Queimaremos em praça pública a camisa do bloco ou
devolveremos e resgataremos o valor pago? Acho a primeira opção mais válida.
Portanto,
paixão política a parte, precisamos fazer caixinha para comprar amendoim e
milho, bingos e quermesses, acender fogueiras e colocar em suas árvores
palavras como alegria, cultura, respeito e esperança. Em trocadinho, esperança
que um dia tenhamos a nossa cultura respeitada.
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