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José Reinaldo - Professor da rede municipal |
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José Reinaldo - por e-mail.
O que entendemos por jornada
pedagógica? Você que é professor, de quantas jornadas já participou? Elas são
diferentes não é? Umas são boas, produtivas, outras nem tanto. Vamos ser
sinceros algumas não deixam um pingo de saudades não é mesmo? A gente só fica
para não perder uns trocados que o "pessoal" faz questão de tirar do
nosso contra cheque no fim do mês em caso de ausência. Concorda? Pois essa
última jornada foi dessas que a saudade
que deixa é o desejo de que nunca mais
volte. Foi tanto que algumas pessoas abriram mão até dos trocados que serão
cortados mesmo sabendo que fazem uma falta danada no orçamento do mês. Ou seja:
pagaram para não ver.
Para
começar, todos já sabem que educação no Brasil não é prioridade para político
nenhum, ao contrário é um entrave para sua gestão. Alguns dizem até que
professor encrenca demais, exige muito, etc, mas a verdade é que a verba do
FUNDEB é a maior de todas. Aqui em São
José do Jacuípe a coisa não é diferente, quem não se lembra da jornada do ano
passado em que a gestora municipal estava presente e disse em seu discurso que
iria fazer de tudo pela educação? Pois nessa jornada ela sequer apareceu. Quem
foi lá? O Secretário de Administração Geral, segundo o mesmo, técnico formado
em economia. Desconhecido no município, ele assumiu o cargo a menos de um mês
mas está cheio de ideias. Alias a atual
gestão é recorde no quesito mudança de secretários e pessoas em cargos
comissionados, pelo fato dos mesmos pedirem para sair, a exemplo dos secretários
de educação e saúde. Na falta de pessoal qualificado improvisa-se.
Numa
jornada pedagógica espera-se que aconteçam seminários, debates, rodas de
leituras, oficinas sobre as disciplinas a serem ministradas nos colégios, metas
são traçadas, professores se reúnem por área de atuação, tudo em prol da
educação. Entretanto aqui a cada ano que passa a jornada fica mais insossa. No
convite enviado aos professores (vale lembrar que nem todos foram convidados,
mesmo com toda facilidade que temos atualmente em termos de comunicação como
e-mail, celular, rádio, facebook, carro de som, alto falante da igreja, etc) a
jornada estava programada para os dias 29 e 30 de janeiro, na prática só houve
o encontro no dia 29. Ou seja, um verdadeiro improviso.
Vimos
um professor formado em Turismo amigo do Secretário de Administração Geral
ministrando a palestra pelo turno vespertino falando de marketing, produtos,
oferta, invenções estranhas e no final fazendo uma dinâmica (com poucos
professores, pois a maioria não se dispôs) sobre compra e venda de produtos que
prometiam fazer o impossível a exemplo de uma pia que lavava pratos sozinha. É
mole? Somos obrigados a aceitar isso?
Penso
que já chegamos ao "cúmulo do mínimo" e a partir daqui não temos mais
descida, ou paramos por aqui e ficamos nesse buraco, ou vamos ter que subir,
como eu ainda não sei.