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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Foi improviso sim!


José Reinaldo - Professor da rede municipal


José Reinaldo - por e-mail.

O que entendemos por jornada pedagógica? Você que é professor, de quantas jornadas já participou? Elas são diferentes não é? Umas são boas, produtivas, outras nem tanto. Vamos ser sinceros algumas não deixam um pingo de saudades não é mesmo? A gente só fica para não perder uns trocados que o "pessoal" faz questão de tirar do nosso contra cheque no fim do mês em caso de ausência. Concorda? Pois essa última  jornada foi dessas que a saudade que deixa é o desejo de que nunca  mais volte. Foi tanto que algumas pessoas abriram mão até dos trocados que serão cortados mesmo sabendo que fazem uma falta danada no orçamento do mês. Ou seja: pagaram para não ver.
            Para começar, todos já sabem que educação no Brasil não é prioridade para político nenhum, ao contrário é um entrave para sua gestão. Alguns dizem até que professor encrenca demais, exige muito, etc, mas a verdade é que a verba do FUNDEB é a maior de todas.  Aqui em São José do Jacuípe a coisa não é diferente, quem não se lembra da jornada do ano passado em que a gestora municipal estava presente e disse em seu discurso que iria fazer de tudo pela educação? Pois nessa jornada ela sequer apareceu. Quem foi lá? O Secretário de Administração Geral, segundo o mesmo, técnico formado em economia. Desconhecido no município, ele assumiu o cargo a menos de um mês mas está cheio de ideias.  Alias a atual gestão é recorde no quesito mudança de secretários e pessoas em cargos comissionados, pelo fato dos mesmos pedirem para sair, a exemplo dos secretários de educação e saúde. Na falta de pessoal qualificado improvisa-se.
            Numa jornada pedagógica espera-se que aconteçam seminários, debates, rodas de leituras, oficinas sobre as disciplinas a serem ministradas nos colégios, metas são traçadas, professores se reúnem por área de atuação, tudo em prol da educação. Entretanto aqui a cada ano que passa a jornada fica mais insossa. No convite enviado aos professores (vale lembrar que nem todos foram convidados, mesmo com toda facilidade que temos atualmente em termos de comunicação como e-mail, celular, rádio, facebook, carro de som, alto falante da igreja, etc) a jornada estava programada para os dias 29 e 30 de janeiro, na prática só houve o encontro no dia 29. Ou seja, um verdadeiro improviso.
            Vimos um professor formado em Turismo amigo do Secretário de Administração Geral ministrando a palestra pelo turno vespertino falando de marketing, produtos, oferta, invenções estranhas e no final fazendo uma dinâmica (com poucos professores, pois a maioria não se dispôs) sobre compra e venda de produtos que prometiam fazer o impossível a exemplo de uma pia que lavava pratos sozinha. É mole? Somos obrigados a aceitar isso?
            Penso que já chegamos ao "cúmulo do mínimo" e a partir daqui não temos mais descida, ou paramos por aqui e ficamos nesse buraco, ou vamos ter que subir, como eu ainda não sei.

2 comentários:

Vagner disse...

Como sempre o Professor José Reinaldo, meu colega e amigo foi muito feliz em suas colocações, diria até cirúrgico em tais observações em relação à jornada pedagógica 2014, o que não me deixa surpreso, pois sempre destacou-se como muito justo, corajoso e diferente da grande maioria dos políticos e colegas de profissão do nosso município e desta rede municipal especificamente APARTIDÁRIO. Parabéns Zé!!

Unknown disse...

Obrigado meu grande Vagner, que legal ver seu comentario.