Imagino um rapaz saindo com os amigos para dar um mergulho no rio, com certeza ele não imagina que algo de ruim irá lhe ocorrer. Beija sua esposa e seu bebê de dois meses e segue. Não volta,mas poderia ter voltado. Durante semanas eu tentei me segurar para não escrever sobre o assunto pois não queria causar desconforto em ninguém e nem desgastar minha imagem, mas, certas coisas não podem passar sem ser ditas.
Vivemos uma era de idiotice, onde mais valioso é postar o vídeo da morte do que socorrer a vítima. Prova disso é um vídeo onde uma mãe e um bebê foram baleadas no banco traseiro de um carro e uma multidão de pessoas fica olhando sem mesmo se preocupar em estancar os sangramentos - que é o procedimento adequado de primeiros socorros. Essas pessoas ficam assistindo as duas morrerem e filmando com seus celulares para depois publicarem no Facebook e no Youtube, se dizendo indignadas com a violência do país. Hipócritas.
Eu sempre soube que em São José do Jacuípe existe um alto índice de inúteis, mas não a este ponto. No dia 04 de janeiro, o jovem Jodean, de Capim Grosso, morreu afogado no poço do roncador, mesmo tendo sido socorrido ainda vivo, chegou sem vida à UPA. Se tivesse sido socorrido momentos antes, talvez ainda estivesse vivo e cuidando de sua família. Mas infelizmente sua vida foi ceifada, mas não pelas águas e sim pela covardia, pelo comodismo de um monte de parasitas. Isso mesmo, muitas pessoas estavam no momento do afogamento e ficaram de braços cruzados assistindo o rapaz morrer.
É revoltante isso, chego a sentir ânsia só de pensar no egoísmo, no espírito de porco de gente que teve a coragem de ver alguém morrer e simplesmente assistir. Não quem saber quem foram esses monstros, não vale a pena, mas que toda a comunidade saiba que na prática esse crime de braços cruzados existe. Chama-se omissão de socorro, de seis meses a três anos em regime fechado. Mas com certeza os brutos que preferiram deixar o coitado morrer a sair de seus lugares confortáveis não devem saber disso, devem achar muito divertido ver uma pessoa perder a vida.
Essa inutilidade me dá nojo.
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