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Político malandro: basta ter dinheiro e não fazer nada no mandato. |
Por Pablo Rios
Todo candidato a eleições precisa
justificar o porquê de ser um postulante. Essa é a melhor forma de convencer o
eleitor a votar. O problema, é que muitas vezes alguns se utilizam de
subterfúgios e ambivalências para ganhar pontos com o eleitorado menos informado.
Desastrosamente, essas desonestidades funcionam muito bem e o resultado é um
município atrasado com porte de distrito.
A cultura que alimenta toda essa
paspalhice política, infelizmente parte do povo e dos cabos eleitorais. Não é
só por aqui, mas em toda a região, que não se analisa o que verdadeiramente
importa no currículo da pessoa para entrar na política. Não se leva em conta
trabalhos sociais, capacidade intelectual, conhecimento, caráter e eloquência
ao serem apontados os candidatos. O que acontece é que quando algum comerciante
ou fazendeiro começa a acumular alguma riqueza, logo surgem os entendidos
dizendo "Fulaninho bem que seria um bom prefeito/vereador". E só. Só
o que - a maioria das pessoas - leva em conta é a condição financeira da
pessoa. Por quê? Pra arrancar algum dinheiro em troca de pedir votos. Prova
disso são as vultosas somas de dinheiro que alguns políticos despejam para
conquistar determinados puxadores de votos e a despesa mensal que precisam
dispor para segurá-los de seu lado durante todo um mandato, sustentando-os até
na gasolina, como se fossem suas amantes - ou num dizer mais nordestino: suas raparigas.
Além do engano do dinheiro, tem o
engano do serviço. Este geralmente cometido por funcionários concursados, que
ao se lançarem candidatos vêm com a falácia de "tenho tantos anos de
serviços prestados". Por favor, parem de fazer o povo de besta, pois seus
serviços foram prestados e pagos e não justificam motivos para que o povo vote
em vocês. Motorista, médico, enfermeiros, professores, garis, guardas, ou seja lá
qual for a profissão para a qual prestaram concursos não devem ser usadas como
estratégias de campanha. Se você tem esse tempo de "serviços
prestados" é porque você assinou um termo de posse e compromisso e não
porque é bonzinho.
Serviços prestados para usar em
campanha são trabalhos voluntários, ninguém vota num açougueiro porque ele
vende carne, então ninguém deve votar em um professor porque ele dá aula ou num
motorista porque leva alguém pra fazer consulta em outra cidade. Esse serviço
prestado também se chama obrigação profissional.
Da mesma maneira, o povo tem sido
enganado por muitos vereadores que fingem que trabalham, mas que não fingem que
recebem. Ao contrário, recebem e muito bem para o que fazem. Segundo consta no
site do TRE, Os Vereadores têm quatro
funções principais:
1. Função Legislativa: consiste em elaborar as leis que são de
competência do Município, discutir e votar os projetos que serão transformados
em Leis, buscando organizar a vida da comunidade.
2. Função Fiscalizadora: o Vereador tem o poder e o dever de
fiscalizar a administração, cuidar da aplicação dos recursos, a observância do
orçamento. Também fiscaliza através do pedido de informações.
3. Função de Assessoramento ao Executivo: esta função é aplicada às atividades
parlamentares de apoio e de discussão das políticas públicas a serem implantadas
por programas governamentais, via plano plurianual, lei de diretrizes
orçamentárias e lei orçamentária anual (poder de emendar, participação da
sociedade e a realização de audiências públicas).
4. Função Julgadora: a Câmara tem a função de apreciação das contas públicas dos
administradores e da apuração de infrações político-administrativas por parte
do Prefeito e dos Vereadores.
Bem medidos e
pesados, podemos concluir que a maioria de nossos edis recebem sem trabalhar,
pois levam o tempo em atacar seus adversários políticos e tentar justificar
suas atitudes. Falar grosso não é indicativo de ser um vereador eficiente. Ter
um bom poder financeiro ou família conhecida não é currículo político. Requerimento
pode ser feito por qualquer cidadão, com ou sem mandato. Lancemos um desafio:
qual de nossos vereadores já elaborou uma lei municipal sequer? Será que acham
que ter seus nomes estampados em cartazes de eventos já é o suficiente? Será
que só a presença em eventos e enterros qualifica a pessoa como um bom
político?
Precisamos refletir
sobre isso e mudar nossa forma de pensar e votar, pra poder ter a cidade que
desejamos. O maior problema é que ainda tem muito eleitor vivendo no “me engana
que eu gosto”.
Atribuições de um vereador: aqui.
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