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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

É Pablo!

Eu estava panfletando os serviços dos Correios na porta do banco, um trabalho nada agradável, mas que assim como todos os outros – honestos – era muito digno. O uniforme amarelo com um crachá azul escrito “provisório” e não o meu nome, chamavam atenção para a minha pessoa.
Chega-me um tipo mais esquisito do que eu, usando camisa de propaganda, bermuda, chinelos e carregando duas sacolas plásticas, em uma havia uma caixinha de achocolatado e uma banana real, além de outras coisas que não consegui divisar, o conteúdo da outra ficou no anonimato mesmo. Mas em que isso interessa?
O distinto falou comigo, já havia ido ao correio, trabalhava no banco. Cumprimentou-me:
- E aí Fábio.
- Pablo – corrigi na lata.
- Tudo certo lá no correio? – seus olhos me devassavam como se eu não estivesse ali, pareciam olhar adiante, me senti transparente – Fábio né?
- Não...
- Fábio Lima.
- Não.
- Mas não era?
- Fábio foi transferido, agora sou eu, Pablo Rios.
Ele balançou a cabeça afirmativamente fitando-me com olhos de doido.
- Pra onde?
- Riachão do Jacuípe – eu queria me livrar dele.
- Ta certo.
- Certo.
- Vou aqui trabalhar, qualquer coisa que precisar tô aí.
- Tchau.

- Tchau, Fábio.

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