Quando o Rei Príamo recolheu aquele imenso cavalo dentro dos
muros, não imaginava que estava selando o fim de Tróia. O “presente de grego”
estava recheado de soldados que aniquilaram toda a cidade. Hoje a história se
repete, mas não com um enorme equino de madeira, mas em uma peça plástica de
poucas polegadas.
Então chega 2013 e a maior piada acontece por volta dos dias
da Copa das Confederações. Ignorando o calendário letivo atrasado por conta da
greve oriunda de seus próprios erros, o governador suspende as aulas nos dias
de jogo da seleção, que, diga-se de passagem ocorriam à noite. E a maior
anedota de todas: obrigar moradores das imediações da Fonte Nova a apresentarem
comprovante de residência em dias de jogos se quisessem circular. Nada parecido
com um toque de recolher.
E aí, chega o corte apelidado de contingenciamento e metade
de muitas verbas são retidas para economizar onde mesmo? No combustível do
helicóptero oficial? Talvez, pois quando este não pode voar o da PM é usado
pelo governador que não pode pegar trânsito como um cidadão baiano qualquer.
Mas tem problema que a aeronave deixe de atender a acidentes e ocorrências para
que Sua Excelência não se atrase? Não, imagina.
Mas eu já ia me esquecendo do presente de grego.
Depois de tudo isso era a hora de salvar a imagem e com
muita publicidade, pompa e circunstância a Secretaria de Educação do Estado da
Bahia anuncia que os professores da rede receberão tablet’s. Levam um bom número de docentes para uma cerimônia onde
todos posam para uma foto linda que fará muitos acreditarem que o governo é
legal. O que a pintura sensacionalista não mostra é a etiqueta no fundo dos
aparelhos que atesta que os tablet’s são
propriedade da SEC e nem a orientação de que se o professor quebrar o aparelho
terá que pagar.
Em termos de rede social, como seria essa notícia se fosse
dada sem maquiagem? Mais ou menos assim: “Professores da rede estadual recebem tablet’s do governo. Só que não!”
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