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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A BAHIA REPRESENTADA POR VALDECKALMEIDA DE JESUS EM PARLAMENTO DE ESCRITORES/COLÔMBIA


Valdeck Almeida de Jesus, em participação no XI Parlamento de Escritores de Colombia, de 14 a 18 de agosto de 2013, em Cartagena de las Indias.
Cartagena de las Indias: uma viagem no tempo

Com tapete mágico, asas de gaivota ou uma máquina de escrever que abre portais para mundos mágicos, ou mesmo a pé, dormindo na rua, sendo picado por mosquitos... Estar na Porta do Caribe é abrir o coração para emoções e viagens astrais que não se pode descrever.

Primeiro, o medo do desconhecido, de uma língua que não tem nada de parecido com o Português. Segundo, o calor que sufoca a quem não está acostumado com o clima caliente da cidade. Depois, a chegada, os sorrisos das ruas, a pimenta da comida, o abraço de Joce Daniel, um dos organizadores do XI Parlamento de Escritores de Colombia. Doce, carinhoso, atencioso, gentil, alma de poeta. Dali em diante, o visitante não mais se sentiu órfão. Adotou, de imediato, os companheiros de quarto: Diego Zambrano, Miguel Angel e Sebastian Ufor. Também conheci Gustavo Tatis, Juan Vicente Gutierrez Magallanes, Gonzalo Alvarino Montañez, Rogelio Expaña Vera, Roberto Montes Mathieu, Federico Luís Baggini, Gladys Solangel Mendía de Gajardo, Fernando Cely Herrán, Laura María Villarreal Rhenal e Wilbor Pérez Paternina.


Crachá de poeta pendurado no peito, programação na mão, hora de cavar caminhos, desbravar emoções. Os dias foram poucos e as noites idem. De praia a cerveja na madrugada, desejando ter as asas de Cymar Gaivota para poder acompanhar os pelicanos pescando na orla da Avenida Santander... Ouvir poesia em língua espanhola, com sotaques de Peru, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, Rusia... E, depois, o poeta teve que baixar a crista para falar a língua dos homens e das mulheres da cidade. Apresentação do livro “Memórias do Inferno Brasileiro”, leitura de poemas da Revista ArtPoesia, improviso no portunhol em discurso a favor da democratização da literatura. Na plateia, adultos e um mar de olhinhos atentos: crianças de escolas públicas, em idade que ia dos oito aos oitenta. Que mais desejaria um estrangeiro em terras distantes? Mesmo que os caminhos fossem cortados, que não pudesse conhecer os Andes e a bela cidade de Tunja e outras cercanias, já bastou aterrissar em Bogotá e mirar ao longe as luzes e o burburinho. 

O bom, mesmo, foi se perder em Cartagena, entrar em becos, vielas, barzinhos, igrejas, praças e ruas acompanhado do som de uma flauta indígena e quatro pares de olhos e ouvidos abertos e curiosos por tudo que se passava. Não tem mais o que se fazer além de degustar ruas, paisagens, sotaques, cheiros e sonhos. Os contatos com os demais escritores, por mais que tenham sido rápidos, foram efetivos e serão duradouros. Que venha o XII Encontro de Escritores de Colombia, pois minha mala já está pronta, aguardando o visto de entrada, quiçá de permanência, pois da poesia ninguém escapa.

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