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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Acordo põe fim à greve de PMs na Bahia


Acordo põe fim à greve de PMs na Bahia

Horas antes, Justiça Federal havia determinado fim imediato da paralisação, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1,4 milhão, a pedido do Ministério Público Federal

Reunidos na tarde desta quinta-feira, 17, em Salvador, os policiais militares da Bahia decidiram aceitar proposta do governo apresentada pela manhã e encerrar a greve iniciada nesta terça-feira, 15.
O acordo que pôs fim à paralisação da categoria no Estado teve duas importantes fontes de pressão: a Justiça Federal, que julgou a greve ilegal e estipulou multa diária de R$ 1,4 milhões às seis associações envolvidas; e o arcebispo de Salvador, d. Murilo Krieger, que participou das negociações.
O acordo entre governo e PM foi costurado na manhã desta quinta-feira, em uma reunião que envolveu o comandante-geral da corporação, coronel Alfredo Castro, lideranças grevistas, representantes do governo, da Ordem dos Advogados do Brasil e o arcebispo. O encontro foi convocado para apresentar uma contraproposta do governo, elaborada durante a madrugada, que atendia a alguns dos 37 itens da pauta de reivindicações dos grevistas.
Os principais foram revisões nos planos de carreira e de cargos e salários, reajustes nos valores das gratificações por Condições Especiais de Trabalho (CET), revisão do Código de Ética da categoria e retirada de sanções aos grevistas. Enquanto a reunião ocorria, o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília, concedeu liminar pedida pelo Ministério Público Federal determinando a imediata paralisação do movimento grevista e estipulando a multa milionária.
Ao fim da reunião, Krieger reuniu todos os que participaram do encontro para uma oração, pedindo pelo fim da greve, e seguiu para o local onde os PMs estavam acampados desde a terça-feira, um antigo parque aquático transformado em área de shows, na Avenida Paralela, a mais movimentada da cidade. Ali, fez mais uma oração, com os PMs, antes do início da assembleia que definiu o fim da paralisação. Ficou até que a decisão fosse tomada.
Líder do movimento, o ex-PM, hoje vereador de Salvador pelo PSDB, Marco Prisco leu a contraproposta. Ao fim, antes de abrir a votação, instruiu os grevistas. "O acordo é bom para a associação", disse. Segundo os grevistas, o retorno dos policiais às atividades é imediato, mas os participantes da assembleia foram convidados a seguir para a frente da Assembleia Legislativa, para, segundo Prisco, "cobrar dos deputados" a votação de temas relevantes para a categoria. Ali, também de acordo com o vereador, será feito um churrasco para celebrar a "vitória histórica".
Violência. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Salvador e a Região Metropolitana registraram a ocorrência de 39 homicídios de terça a quinta-feira. A região registra, em média, 10 homicídios a cada dois dias. Segundo a secretaria, entre os mortos estão dois policiais assassinados nos bairros de Boa Visto do Lobato e Pau da Lima, na periferia da capital.
Um dia após o início da greve, agentes da Força Nacional de Segurança desembarcaram em Salvador para fazer o policiamento nas principais cidades da Bahia. A presidente Dilma Rousseff assinou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), autorizando o emprego das Forças Armadas na segurança pública, a pedido do governador Jaques Wagner (PT).

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