Todas
as modas chegam, assustam, vencem, declinam e somem. De fato, há
aquelas que não surpreendem ninguém e terminam por ser uma
preferência de um grupo específico que a usufrui por mais tempo do
que aquelas que se tornam um gosto quase global. É assim com todas
as tendências e hoje, na era da informação, o mesmo ocorre quando
se fala em rede social. Em tempos que podemos dizer mais remotos,
quando se tem por referência a velocidade da evolução virtual,
poucas pessoas tinham acesso à internet, mas com o advento das
lan-houses e da facilidade de crédito, computadores se
espalharam pelas casas e toda uma massa antes excluída passou a
navegar pelos bytes e links do mundo virtual. Então, surgem as redes
sociais.
E
no princípio, era o Orkut. Que começou com um “Q” de sociedade
secreta, pois só poderia entrar quem fosse convidado por um usuário,
o que conferia certa sensação de privilégio. “Bombou”! Scraps,
comunidades sobre temas diversos (sérios ou não), exposição de
fotos e vídeos, aplicativos mil e todo mundo embarcou. Mas aí
vieram elas, malditas sejam elas. A mensagens purpurinadas com fotos
de ursinhos que podiam ser enviadas a todos os contatos de uma única
vez. Sim, aquelas mensagens que praticamente ninguém lia, mas
praticamente todo mundo achava legal enviar para entulhar a caixa de
scraps alheia. Somando isso à falta de segurança e privacidade, bem
como às proliferações e conteúdo ofensivo e pornográfico, o
Orkut, um dos xodós da Google perdeu a luta para o Facebook. O
Brasil, maior país em número de usuários da rede mudou de mundo
virtual.
Então
aparece o “Face”, a rede que reúne tudo de sua antecessora e
mais um pouco. Privacidade, grupos, aplicativos, fotos, vídeos,
blog, páginas e a possibilidade comercial, na qual todas as grandes
marcas embarcaram. Estava tudo bem no paraíso azul, todo mundo
cuidando de sua vida virtual (esquecendo a carnal), bisbilhotando a
vida alheia e dando indiretas nos outros através de sus status até
que um dia, elas surgem: As miseráveis, famigeradas, destruidoras,
chatas, irritantes e bobas, as correntes.
Elas
já haviam feito seus estragos no MSN e Orkut, mas nada foi tão
aniquilador quanto seus efeitos no Facebook. Conseguiram superar em
inconveniência as solicitações de jogos até hoje empesteiam a
rede social de Mark Zuckerberg. Fotos de crianças doentes, com
textos mentirosos de que o Facebook doará cinco centavos para cada
compartilhamento espocaram para irritar. E como irritam. Mais
irritantes ainda são aquelas imagens editadas apelativas do tipo “se
você ama Jesus/Sua mãe/Sua irmã/seu cachorro/o escambau a quatro
compartilhe, se não, só olhe”, e ainda há as mais covardes, que
trazem ilustrações de Cristo e do coisa ruim, como um anúncio de
duelo e pedindo que quem prefere Jesus compartilha, curte e comenta e
quem preferisse o “Cramulhão” “só olha”. Se depender da
interpretação de quem espalha esse lixo, eu sempre vou preferir o
capeta, pois eu não perco meu tempo pra dar atenção a essas perdas
de tempo. Ninguém precisa compartilhar, curtir, comentar, retwittar
ou fazer o que for pra mostrar amor ou preferência, mas muita gente
precisa compartilhar bobagem pra ter o que fazer durante o tempo
perdido no Facebook.
Por
último, mas não menos importante: habemus
whatsapp. Fácil de usar, um simples chat nos moldes do MSN, o único
diferencial é a possibilidade de criar grupos permanentes para bater
papo, compartilhar áudio, vídeo e imagem e perder tempo.
Revolucionário por sua praticidade, nascido já no auge da conexão
móvel, quando ninguém mais precisa estar diante de um computador
doméstico para acessar a internet, causou tanto bafafá que o
império azul do Facebook o comprou para evitar concorrência. Muito
útil para uma comunicação rápida, tornando a telefonia em um
utilitário quase obsoleto. Mas
a bagunça deu seu jeito de começar. Mídias começaram a ser feitas
especialmente para o “zap-zap” e mensagens prontas, daquelas do
caduco Orkut, dessa vez cheias de emoticons começaram a circular.
Até então tudo bem, mas todo tipo de porcaria passou a se espalhar
pelos smartphones, fazendo com que algo engraçado passe a não ter
graça nenhuma em questão de horas, no máximo dias. E adivinha quem
voltou? Elas de novo, as correntes imbecilizantes que leva muitos a
acreditarem que algo de ruim vai acontecer se “essa mensagem não
for enviada a 10 amigos em 24 horas”. Saibam que quebro todas.
Pense nisso antes de mandar pra mim.
Concluo que é melhor estar em uma rede não tão
evidente, pois com um público mais restrito e diminuto, elas duram
mais.
Mandar
uma piada é legal, uma foto pra rir ou refletir também, mas por
favor, torne as redes sociais um ambiente de comunicação mais
agradável e duradouro. Como? Pare de enviar correntes e mensagens
prontas. Se você tem preguiça ou lhe falta tempo para dizer um oi
para cada amigo, simplesmente não diga nada e espere estar a fim de
fazer, garanto que seus contatos – aos quais chama todos de amigos
– ficarão mais satisfeitos e se sentirão mais especiais. Entre no
“grupo” e diga um olá para todos, pronto, fez sua boa ação do
dia. Se não tiver o que falar, não fale, ás vezes o silêncio nos
faz parecer mais sábios e deixam o ambiente virtual mais
respeitável. Sem não tem mais o que fazer, faça log out.
Certas oportunidades de ficar off line,
a gente não devia perder.
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